Levantamento parcial de filmes realizados por quilombolas ou sobre quilombos, baseado nos filmes que já foram exibidos nas quatro edições da Mostra Cinema dos Quilombos.
Na comunidade Quilombola de Pedra Branca, nas montanhas capixabas, os mais velhos preservam a tradição de contar histórias para os mais jovens como a do dia em que o Seu Arlindo decide fazer uma misteriosa viagem, deixando intrigados os moradores locais.
Álbum visual e documentário produzido pelo Ponto de Cultura do Kilombu Manzo Ngunzo Kaiango. Apoiado pelo Cultura Viva – Ministério da Cultura e do Turismo e Prefeitura deBelo Horizonte, 2023. As Cantigas que Nos Guia apresenta o Kilombu Manzo N’gunzo Kaiango como família descendente de Efigênia Maria da Conceição (Mãe Efigênia, Mametu Muiande), matriarca e sacerdotisa da Umbanda e do Candomblé kilombola. No Kilombu Manzo a ancestralidade é cultuada com modos e significações próprias, mantendo as tradições africanas ensinadas pelo Preto Velho Pai Benedito, que é o guia espiritual de Mametu Muiande. Cada um dos filhos e filhas, descendentes de Mãe Efigênia recebeu ainda na infância ou na adolescência, cantigas que Pai Benedito ensinou como pontos cantados e encantados que descrevem a trajetória e missão desta família kilombola.
Apresentação da trajetória do grupo de Manifestação Afro-Brasileira: “Moçambique Zumbi dos Palmares”, que anualmente se apresenta na Congada, um cortejo popular realizado há séculos por descendentes de Africanos em Solo Brasileiro. O grupo se situa em um Quilombo Urbano de onde emanam narrativas contra-hegemônicas.
Dona Joana, descendente de negros e índios, mãe de 11 filhos, relata suas histórias, anseios, crenças e o cotidiano na lida da vida rural na Comunidade Baixa Funda, em Urucuia, Minas Gerais. A história começa a partir do relato oral que a matriarca da comunidade, Dona Joana Martiliana, com seu 1,50 metros de altura, olhar sereno, de voz rouca, de pele negra e enrugada, com dentes apenas na parte inferior da boca e de aparência forte, com mãos calejadas da roça e de traços marcados pela simplicidade. Ela é a personagem central e a figura mais emblemática da comunidade. Por ser a mais velha, esta senhora guarda a sabedoria da vida e a história de seus antecedentes. É ela que transmite oralmente, assim como aprendeu, do seu modo simples, os fatos e causos ocorridos nos tempos passados.
Quilombo de Conceição das Crioulas, Salgueiro, sertão pernambucano, nordeste do Brasil. Um filme sobre o invisível.
O documentário “Camburi Resiste” trata das memórias afetivas da Comunidade Quilombola em Ubatuba (SP). As narrativas orais e visuais dos(as) habitantes do Camburi são pensadas como o germinar das plantas, atravessadas por dinâmicas de ocupação do território, riscos e mudanças climáticas que afetam seu desenvolvimento. A vulnerabilidade e a injustiça climática, as questões ambientais, o patrimônio cultural, natural e alimentar são alguns dos principais eixos narrativos da pesquisa nesse território resistente e em conflito.
Série de três documentários sobre o quilombo do Açude. O primeiro episódio – Pandemia: isolamento ou retiro – retrata sobre como foi o ritual do Candombe nesse momento de pandemia no ano de 2020 e mostra como a nova geração vivenciou e sentiu a manifestação de suas tradições, pela primeira vez em 20 anos sem a influência de visitantes.
O fazer do cofo de palha do Quilombo Rampa, acompanhado atentamente pelas visões de uma câmera aprendiz, gerando um cinema-aprendiz.
Uma colcha de retalhos. Memórias de quem somos.
O Curta os Congos se inspira na sabedoria do Mestre do Congo de Calçolas da Vila de Ponta Negra, Pedro Correia, nativo, pesquisador orgânico da comunidade e referência na cultura local. A VILA DE PONTA NEGRA é a área mais antiga do bairro de Ponta Negra, Natal-RN, não se sabe ao certo quando foi fundada, mas as famílias mais antigas do bairro recontam aproximadamente 300 anos de existência. Viviam num território comunal e a agricultura e a pesca eram as principais atividades econômicas. O Curta os Congos apresenta a história de Mestre Pedro Correia, seus medos e sonhos. Mas não só! Sua história transborda a individualidade e nos chama para a consciência coletiva e fortalecimento da cultura e memória local.
Um vídeo que tem o objetivo de apresentar as trajetórias e o engajamento de mulheres quilombolas que atuam como lideranças políticas de suas comunidades e do movimento quilombola como um todo. Quais serão os discursos destas mulheres sobre suas trajetórias? Busca-se, a partir dos pontos de vista de algumas destas lideranças, conhecer os motivos que as levaram a ocupar estas posições e aqueles que as fazem permanecer na luta.
Na luta pela garantia de direitos e celebrando o dia 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, a Comunidade Quilombola de Pedra D’Água, localizada no município de Ingá, na Paraíba, realiza uma festa singular: da sua preparação até o seu acontecimento, toda a comunidade participa e comemora sua cultura Africana, que se faz presente nas danças, na capoeira, nas comidas e na pele dos remanescentes quilombolas.
No ano de 2022, a equipe do Cine Quilombola convidou quatro comunidades quilombolas capixabas a realizar, a partir de oficinas ofertadas, um experimento de cinema de grupo por meio do qual poderiam observar, contar e registrar em imagens e sons cenas do cotidiano. Em cada território, moradores de diferentes idades assumiram o desafio e, ao longo de três dias, com câmeras profissionais e celular, identificaram narrativas ligadas aos saberes tradicionais, personalidades, histórias, paisagens, memórias pessoais e coletivas. Cada grupo construiu seu filme-carta para dialogar com outras comunidades por meio de correspondências audiovisuais.
Mestra Mariinha é líder quilombola, e há mais de 40 anos luta à beira do rio São Francisco para preservar a cultura e a natureza de seu território. Ela se dedica aos saberes das ervas medicinais, é benzedeira e Mestra do Reisado do Quilombo da Mata de São José.
Félix José Rodrigues é um personagem presente na memória coletiva da comunidade quilombola de Barra de Aroeira, Santa Tereza, Tocantins. Félix, um homem que foi escravizado, teria lutado na guerra do Paraguai e recebido das mãos do imperador D. Pedro II uma grande extensão de terras no antigo norte de Goiás, por sua atuação no conflito. A perda do documento original, após a sua morte, leva seus descendentes a uma saga que já dura mais de 50 anos, na qual, um dos objetivos, é comprovar a história e recuperar o território original, hoje ocupado por inúmeras fazendas e por duas cidades.
Documentário feito durante o projeto de extensão Histórias de Quilombo (UFPB), que desenvolveu oficinas de audiovisual com os estudantes de EJA da Escola Ovídio Tavares de Morais, em Mituaçu, Conde, PB.
Neste filme, os ribeirinhos e quilombolas do Mituaçu, revelam um pouco do seu olhar sensível sobre o espaço onde habitam e sua profunda relação com a natureza, compartilhando um pouco das suas memórias e histórias e um pouco dos seus conhecimentos sobre as fases da lua, o fluxo do rio, as épocas da pesca e da agricultura. A narrativa caminha evidenciando a luta pela preservação do rio Gramame, crucial para a vida dessa comunidade e que hoje se encontra poluído por indústrias, pelo agronegócio e avanços urbanos no entorno da região.
Ao longo da história, a memória de resistência das mulheres quilombolas foi transmitida de maneira oral, atravessando gerações. Com a bênção da ancestralidade que sempre ensinou as que vieram depois, essas mulheres foram e são até hoje como um rio que acolhe e flui, recriando pessoas e oportunidades em suas comunidades. Convivendo no e com seu território campesino no agreste setentrional Pernambucano, na cidade de Garanhuns, está o Grupo Guerreiras Quilombolas do Castainho, que desde 2015 constrói a luta das mulheres em busca de autonomia e reafirmação da identidade negra quilombola.
O quilombola Modesto Santos de 56 anos mostrando como se faz o jacá, uma pratica ancestral que passa de geração pra geração no quilombo Rampa.
No Quilombo de Damásio – tal como em praticamente todo o Estado do Maranhão – a brincadeira da “dança portuguesa” faz parte dos extensos festejos juninos. Mas quando nos deparamos com esta brincadeira numa “terra de preto” (como tem sido definido pelos seus moradores este espaço, que extrapola a geografia) o estranhamento vem à tona.
Conduzidos pelo corpo/território de Marta, vamos de encontro com sua história, sua busca pela valorização da memória e preservação da cultura Kalunga, entremeadas por seu tear e dança da Sussia.
O filme conta a história da diretora, uma descendente quilombola que não desistiu diante das dificuldades, estudando, aprendendo a profissão de pedreira e conquistando seus sonhos.
Nego Fugido é uma expressão popular de cultura realizada pelos pescadores da comunidade quilombola de Acupe, localizada na cidade de Santo Amaro da Purificação-BA, que há mais de um século narra a saga dos negros escravizados que, em batalha, subjugam o rei de Portugal e exigem do monarca a carta de alforria. Uma encenação de reparação história que coloca os negros como protagonistas da conquista da abolição da escravatura.
Em 1930, Marcos e seu grupo de descendentes de escravizados saíram do Vale do Jequitinhonha rumo ao Vale do Mucuri. Fugindo da seca, da fome e da violência no campo, os quilombolas buscavam uma novo território para construir sua comunidade. Dos tempos do desbravamento aos atuais, a história de luta por água e terra protagonizada pelos moradores do Quilombo Marques, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais.
A construção e ampliação da Estrada de Ferro Carajás, da BR 135, atravessa violentamente a comunidade quilombola de Santa Rosa dos Pretos Itapecuru-Mirim, no Maranhão. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e a empresa Vale S.A. cometem severas violações contra os quilombolas. Mas a vida preta de Santa Rosa ainda resiste, à revelia do buraco branco que tudo devora sem se dar por satisfeito.
Do centro da cidade de Mirandiba aos quilombos da Quixabeira e Feijão, a paisagem sertaneja e o Baobá, árvore ancestral de África, vão abrigar a narrativa do retorno de Luzia ao quilombo, depois da dor e superação do racismo vivido na cidade.
Em 2018 em parceria SESC Cultural Paraty/RJ foi realizada a ação “Trocando Olhares” onde integrantes das comunidades caiçaras, indígenas e quilombolas criaram seis curtas metragens que tratam das questões ligadas ao território. Essa é a oportunidade de conferir esses diálogos cinematográficos.
Em 2018 em parceria SESC Cultural Paraty/RJ foi realizada a ação “Trocando Olhares” onde integrantes das comunidades caiçaras, indígenas e quilombolas criaram seis curtas metragens que tratam das questões ligadas ao território. Essa é a oportunidade de conferir esses diálogos cinematográficos.
O documentário acompanha quatro mulheres representantes das comunidades Quilombo da Anastácia e Quilombo Manoel Barbosa. Elas falam sobre suas histórias e as histórias de suas antepassadas, ex-escravizadas que deram seu sangue para que as futuras gerações tivessem onde morar, mesmo com todas as adversidades impostas pela sociedade da época.
Parte da agenda de pesquisas Saberes e Sabores da Colônia, o vídeo descreve a elaboração do Pão na pedra na Comunidade Quilombola da Picada, em São Lourenço do Sul, RS.
Pequeno dicionário de Erê é um documentário dirigido por Anderson Lima e estrelado por Luan Manzo, menino de 9 anos, que é bisneto da matriarca Mametu Muiande do Kilombu Manzo N’gunzo Kaiango, um dos mais reconhecidos pela cidade de Belo Horizonte (MG). Fundado em 1970 por um preto velho, pai Benedito, Manzo é palácio de rei, governado por uma rainha. Ali germinam sementes e crianças, em um processo educativo – a afrobetização – que afirma a organização, o coletivo, a ancestralidade e a circularidade do povo negro. As crianças crescem sabendo-se respeitadas e, por isso, Luan percorre ali o espaço sagrado, descrevendo-o com segurança, conhecimento, rigor e frescor infantil. No curta, Luan faz uma análise semântica de palavras que rondam o mundo externo e o terreiro de Candomblé que frequenta.
Este ensaio busca mostrar a importância do tambor de crioula como instrumento de resistência no território quilombola Santa Rosa dos Pretos, localizado no município de Itapecuru-Mirim, no estado do Maranhão. As fotos foram tiradas em abril de 2021, e apresentam a produção de uma liberdade cotidiana que vem da força e das conexões estabelecidas com o tambor, que é um guia/ator importante da defesa do território e do corpo dos quilombolas. “O tambor como herança dos pretos é o alimento da alma, algo que sustenta o ser, pois até quem tá doente quando escuta o som do tambor, se levanta e vai brincar”, ele assume distintos significados, bem como ele é usado pelos moradores como instrumento de luta em momentos de manifestações e enfrentamentos postos pelo Estado e por grandes empreendimentos.
As mulheres da Comunidade Quilombola do Tabuleiro da Vitória, situado onde hoje se encontra o município de Cachoeira, na Bahia, narram um pouco das suas vivências, entremeadas pelas rezas, pelos cantos, danças, festas, pelo trabalho do cuidado com a comunidade, lutas políticas e muita resistência.
No Quilombo Mata Cavalo, quilombolas distribuídos em seis comunidades resistem para preservar seus traços culturais, manter a integração comunitária e conquistar a regularização das terras herdadas de seus ancestrais.
Quilombo Rio dos Macacos é um filme documentário de longa-metragem sobre comunidade quilombola e sua luta pela garantia da propriedade da terra, de uso tradicional, reivindicada pela Marinha do Brasil, localizada entre os municípios de Salvador e Simões Filho. Além de denunciar graves violações de direitos humanos – direito de ir e vir e de acesso à água, saúde, educação, moradia e trabalho – o filme registra, inclusive com imagens produzidas no calor da hora pelos próprios quilombolas, conflitos e negociações visando a solução dos problemas; documenta aspectos culturais, simbólicos e características do território, como paisagens e lugares; registra memórias individuais e coletivas, traçando amplo painel de caráter político, social, cultura, etnográfico.
O filme ensaio trata-se de um questionamento social com foco principal na autoestima de pessoas pretas, além de entregar uma vivência muito particular e afetiva, também contribuí de forma muito positiva fazendo com que de alguma forma se sintam, se imaginem, se projetem na obra. É também um ato político e de resistência, propondo questionamentos internos, externos, o intuito é levar reflexão e principalmente a cerca de ancestralidade, reforçar o pertencimento para todos que se sentirem contemplados pela obra.
As crianças do quilombo Gurugi-Ipiranga (Conde/PB) te convidam para uma imersão audiovisual nos rios e nas memórias da comunidade sobre um modo de vida integrado com a natureza. Esse curta foi realizado pela Semente em parceria com a EMEF Lina Rodrigues do Nascimento, localizada no quilombo Gurugi-Ipiranga (Conde/PB), em um projeto interdisciplinar de educação ambiental, e foi apoiado pelo Programa Mais Cultura nas Escolas e pela Secretaria de Educação, Esportes e Cultura da Prefeitura Municipal de Conde/PB.
Um mergulho nas relações entre o trabalho e as expressões culturais de três comunidades quilombolas da cidade de Santo Amaro da Purificação – Bahia. Saberes ancestrais que dão cor, sabor e ritmo a esses lugares de resistência.
Contam no quilombo de São Jorge, situado no estado do Espírito Santo, que a crueldade dos senhores escravistas os transformaram em dragões. Este filme narra a história daqueles que resistem a esta crueldade. A pesquisa procurou compreender as categorias locais como a “resistência” e as formas de interação social do povo de São Jorge. O documentário faz ainda uma leitura, a partir das memórias dos quilombolas, do Artigo 68 da Constituição Federal que define a propriedade definitiva das terras de quilombo. São Jorge e seus dragões é inspirado no “Projeto Territórios Quilombolas – UFES” realizado entre 2004 e 2007, editado e finalizado em 2011.
As Senhoras do Dendê ocupam tradicionalmente o território quilombola do Sapê do Norte (municípios de São Mateus e Conceição da Barra-ES) há muitas gerações, mantendo e transmitindo diversos saberes e fazeres coletivos, também ocupam posições de destaque em casas de candomblé e umbanda no Sapê do Norte e na Grande Vitória. O filme registra um encontro dessas senhoras, suas trocas de saberes e de luta contra o extermínio dos dendezeiros por uma grande empresa de celulose.
O filme se passa nos tempos de cativeiro, com a vida sofrida dos negros trabalhando aos olhos do Feitor. Um sonho cheio de alegria e união. Um sonho de liberdade de um negro, que acorda com a dor de uma chibatada, mas que ainda assim espera sua libertação.
Ao som de caixas, pandeiros e bumbos, mulheres e homens de todas as idades cantam, tocam,batem palmas, dançam, recriam as tradições e recontam sua própria história na Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra.
Tambor na Mata é uma manifestação cultural realizada todos os anos no Quilombo Rampa município de Vargem Grande-MA, sempre no dia 31 de dezembro, crianças, jovens, homens e mulheres do quilombo escolhem uma parte da mata onde vão pela manhã e voltam só a tarde pra casa, passam o dia inteiro cantando e dançando tambor na mata.
Tambu é um filme documental sobre a construção dos tambus, tambores sagrados do Candombe. O filme é narrado a partir da voz e experiência de João Marcolino, construtor dos instrumentos e guardião da festa de São João, principal festividade do Quilombo Mato do Tição. Em meio às tradições e memórias no interior de Minas Gerais, fica claro o quanto a presença africana está viva, acesa como brasa.
O documentário Tesouro Quilombola foi produzido no contexto do projeto “O cinema e as palavras”, que desenvolvemos em 2019, na EMEIF José Albino Pimentel, no quilombo Gurugi-Ipiranga – Conde / PB, com o objetivo de contribuir com os processos de alfabetização e letramento nas séries iniciais do ensino fundamental.