PROGRAMAÇÃO
Os ingressos são gratuitos, metade fica disponível para retida neste site e a outra metade meia hora antes da sessão, na bilheteria do Cine Santa Tereza (r. Estrela do Sul, 89 – BH – MG).
1º DIA – QUARTA-FEIRA, 7 DE AGOSTO
Sessão das 16:30
Quilombo Rio dos Macacos / Josias Pires / Documentário / 120’12’’ / Quilombo Rio dos Macacos – Simões Filho – BA / 2017 / 14 anos
Quilombo Rio dos Macacos é um filme documentário de longa-metragem sobre comunidade quilombola e sua luta pela garantia da propriedade da terra, de uso tradicional, reivindicada pela Marinha do Brasil, localizada entre os municípios de Salvador e Simões Filho. Além de denunciar graves violações de direitos humanos – direito de ir e vir e de acesso à água, saúde, educação, moradia e trabalho – o filme registra, inclusive com imagens produzidas no calor da hora pelos próprios quilombolas, conflitos e negociações visando a solução dos problemas; documenta aspectos culturais, simbólicos e características do território, como paisagens e lugares; registra memórias individuais e coletivas, traçando amplo painel de caráter político, social, cultura, etnográfico.
Sessão de abertura – 19:00
Nota da curadoria: Na sessão de abertura da mostra, programamos uma sequência de filmes que demonstra a diversidade da produção quilombola e a centralidade das mulheres dentro dessas comunidades. Na ficção Casca de Baobá, uma troca de cartas entre a jovem universitária Maria e sua mãe Francisca costuram o presente, passado e futuro do Quilombo Machadinha. Em Raízes que contam a estética da mulher preta é colocada em reflexão na perspectiva de uma quilombola. Já os documentários Eu sou raíz e Marta Kalunga nos coloca diante dos ensinamentos de Mestra Mariinha e de Marta Kalunga, em uma conclusão que nos provoca a pensar a relação entre o território e o corpo dessas mulheres.
Casca de Baobá / Mariana Luiza / Drama / 11’34” / Quilombo Machadinha – Quissamã – RJ / 2017 / Livre
Maria, uma jovem negra nascida em um quilombo no interior do estado, é cotista na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua mãe, Francisca, leva a vida cortando cana nas proximidades do quilombo. As duas trocam cartas para matar a saudade e refletir sobre o fim de uma era econômica-social.
Raízes que Contam / Marta Silva / Filme-Ensaio / 6’44” / Cachoeira – BA / 2023 / Livre
O filme ensaio trata-se de um questionamento social com foco principal na autoestima de pessoas pretas, além de entregar uma vivência muito particular e afetiva, também contribuí de forma muito positiva fazendo com que de alguma forma se sintam, se imaginem, se projetem na obra. É também um ato político e de resistência, propondo questionamentos internos, externos, o intuito é levar reflexão e principalmente a cerca de ancestralidade, reforçar o pertencimento para todos que se sentirem contemplados pela obra.
Eu sou Raiz / Cíntia Lima e Lílian de Alcântara / Documentário / 7’10” / Quilombo da Mata São José – Orocó – PE / 2021 / Livre
Mestra Mariinha é líder quilombola, e há mais de 40 anos luta à beira do rio São Francisco para preservar a cultura e a natureza de seu território. Ela se dedica aos saberes das ervas medicinais, é benzedeira e Mestra do Reisado do Quilombo da Mata de São José.
Marta Kalunga / Marta Kalunga, Lucinete Morais e Thaynara Rezende / Documentário / 30’ / Comunidade Vão de Almas e Quilombo dos Kalunga – Cavalcante – GO / 2022 / Livre
Conduzidos pelo corpo/território de Marta, vamos de encontro com sua história, sua busca pela valorização da memória e preservação da cultura Kalunga, entremeadas por seu tear e dança da Sussia.
2º DIA – QUINTA-FEIRA, 8 DE AGOSTO
Sessão das 16:30
Félix, o herói da Barra / Edson Fogaça / Documentário / 73’ / Comunidade Quilombola Barra de Aroeira – Santa Tereza – TO / 2015 / Livre
Félix José Rodrigues é um personagem presente na memória coletiva da comunidade quilombola de Barra de Aroeira, Santa Tereza, Tocantins. Félix, um homem que foi escravizado, teria lutado na guerra do Paraguai e recebido das mãos do imperador D. Pedro II uma grande extensão de terras no antigo norte de Goiás, por sua atuação no conflito. A perda do documento original, após a sua morte, leva seus descendentes a uma saga que já dura mais de 50 anos, na qual, um dos objetivos, é comprovar a história e recuperar o território original, hoje ocupado por inúmeras fazendas e por duas cidades.
Sessão das 19:00
Nota da curadoria: Na quinta-feira, Dona Estela, Dona Siloca, Seu Domingos entre outros, narram a luta de terra no Quilombo de São Jorge em São Jorge e seus Dragões. Como gente dos santos a comunidade resiste às diversas ondas de apropriação do seu território pela a Aracruz Celulose. Em Gramame, um Rio de Histórias a lua é quem dita o tempo da narração onde Seu Sebastião, Seu João Batista, Lúcia versam histórias e saberes de roçar e pescar no quilombo de Mituaçu assim como a luta pela preservação do rio Gramame. Meião, Quereré, Tambor Grande e Matraca, são eles os instrumentos que falam em Queimei Canavial, Punga é resistência que aponta o fazer dos tambores como prática de luta, que inspira na hora certa o aprendizado da natureza. Em Curta os Congos, o vento do leste-oeste comanda a dramatização das guerras jagas de Nzinga e as paisagem dos congos, há mais de 100 anos nas dunas de Ponta Negra. Com imagens de arquivo, o filme brinca com o tempo trazendo a importância da preservação das tradições populares.
São Jorge e seus Dragões / Sandro José da Silva / Documentário / 41’10” / Quilombo de São Jorge – São Mateus – ES / 2011 / Livre
Contam no quilombo de São Jorge, situado no estado do Espírito Santo, que a crueldade dos senhores escravistas os transformaram em dragões. Este filme narra a história daqueles que resistem a esta crueldade. A pesquisa procurou compreender as categorias locais como a “resistência” e as formas de interação social do povo de São Jorge. O documentário faz ainda uma leitura, a partir das memórias dos quilombolas, do Artigo 68 da Constituição Federal que define a propriedade definitiva das terras de quilombo. São Jorge e seus dragões é inspirado no “Projeto Territórios Quilombolas – UFES” realizado entre 2004 e 2007, editado e finalizado em 2011.
Gramame, um Rio de Histórias / Patrícia Pinheiro e Estudantes do EJA da Escola Ovídio Tavares de Morais / Documentário / 21’23” / Quilombo Mituaçu – Conde – PB / 2018 / Livre
Documentário feito durante o projeto de extensão Histórias de Quilombo (UFPB), que desenvolveu oficinas de audiovisual com os estudantes de EJA da Escola Ovídio Tavares de Morais, em Mituaçu, Conde, PB.
Neste filme, os ribeirinhos e quilombolas do Mituaçu, revelam um pouco do seu olhar sensível sobre o espaço onde habitam e sua profunda relação com a natureza, compartilhando um pouco das suas memórias e histórias e um pouco dos seus conhecimentos sobre as fases da lua, o fluxo do rio, as épocas da pesca e da agricultura. A narrativa caminha evidenciando a luta pela preservação do rio Gramame, crucial para a vida dessa comunidade e que hoje se encontra poluído por indústrias, pelo agronegócio e avanços urbanos no entorno da região.
Queimei Canavial, Punga É Resistência! / Dayanne Santos, Maria Dalva Pires Belfort, Joercio Pires da Silva e Luís Eduardo da Silva Costa / Documentário / 16 ’53 ” / Território Quilombola Santa Rosa dos Pretos – Itapecuru-Mirim – MA / 2022 / Livre
Este ensaio busca mostrar a importância do tambor de crioula como instrumento de resistência no território quilombola Santa Rosa dos Pretos, localizado no município de Itapecuru-Mirim, no estado do Maranhão. As fotos foram tiradas em abril de 2021, e apresentam a produção de uma liberdade cotidiana que vem da força e das conexões estabelecidas com o tambor, que é um guia/ator importante da defesa do território e do corpo dos quilombolas. “O tambor como herança dos pretos é o alimento da alma, algo que sustenta o ser, pois até quem tá doente quando escuta o som do tambor, se levanta e vai brincar”, ele assume distintos significados, bem como ele é usado pelos moradores como instrumento de luta em momentos de manifestações e enfrentamentos postos pelo Estado e por grandes empreendimentos.
Curta Os Congos / Raquel Cardozo da Silva / Documentário / 9’35” / Vila de Ponta Negra – Natal – RN / 2021 / Livre
O Curta os Congos se inspira na sabedoria do Mestre do Congo de Calçolas da Vila de Ponta Negra, Pedro Correia, nativo, pesquisador orgânico da comunidade e referência na cultura local. A VILA DE PONTA NEGRA é a área mais antiga do bairro de Ponta Negra, Natal-RN, não se sabe ao certo quando foi fundada, mas as famílias mais antigas do bairro recontam aproximadamente 300 anos de existência. Viviam num território comunal e a agricultura e a pesca eram as principais atividades econômicas. O Curta os Congos apresenta a história de Mestre Pedro Correia, seus medos e sonhos. Mas não só! Sua história transborda a individualidade e nos chama para a consciência coletiva e fortalecimento da cultura e memória local.
3º DIA – SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO
Sessão das 16:30
Saberes Quilombolas: vou aprender a ler pra ensinar pros meus camaradas / Plínio Gomes e Bruno Saphira / Documentário / 90’ / Comunidade Quilombola de Acupe de Santo Amaro, Comunidade Quilombola do Cambuta e Comunidade Quilombola de São Brás – Santo Amaro da Purificação – BA / 2021 / Livre
Um mergulho nas relações entre o trabalho e as expressões culturais de três comunidades quilombolas da cidade de Santo Amaro da Purificação – Bahia. Saberes ancestrais que dão cor, sabor e ritmo a esses lugares de resistência.
Sessão das 19:00
Nota da curadoria: Na sexta-feira à noite, testemunhamos o trabalho de comunidades que precede o momento do batuque e das expressões populares que conhecemos. Tambu nos apresenta a João Marcolino, que narra a tradição da construção dos tambores sagrados da principal festividade do Quilombo Mato do Tição. Em Entoado Negro, para além do tradicional ritmo dos instrumentos e dos cantos, entramos no ritmo de trabalho e preparação para a festa que a Comunidade Quilombola de Pedra D’Água realiza no 20 de novembro. Encerramos a sessão com a expressão popular Nego Fugido, da comunidade quilombola de Acupe, onde reencenam a luta pela conquista da abolição.
Tambu / Leandro César e Marco Antônio Gonçalves / Documentário / 30’18” / Quilombo Mato do Tição – Jaboticatubas – MG / 2022 / Livre
Tambu é um filme documental sobre a construção dos tambus, tambores sagrados do Candombe. O filme é narrado a partir da voz e experiência de João Marcolino, construtor dos instrumentos e guardião da festa de São João, principal festividade do Quilombo Mato do Tição. Em meio às tradições e memórias no interior de Minas Gerais, fica claro o quanto a presença africana está viva, acesa como brasa.
Entoado Negro / Valtyennya Pires / Documentário / 8’53” / Comunidade Quilombola de Pedra D’água – Ingá – PB / 2017 / Livre
Na luta pela garantia de direitos e celebrando o dia 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, a Comunidade Quilombola de Pedra D’Água, localizada no município de Ingá, na Paraíba, realiza uma festa singular: da sua preparação até o seu acontecimento, toda a comunidade participa e comemora sua cultura Africana, que se faz presente nas danças, na capoeira, nas comidas e na pele dos remanescentes quilombolas.
Nego Fugido: A Voz do Nosso Povo / Paula Brito / Documentário / 25 ’33 ” / Distrito de Acupe, Santo Amaro da Purificação – BA / 2017 / Livre
Nego Fugido é uma expressão popular de cultura realizada pelos pescadores da comunidade quilombola de Acupe, localizada na cidade de Santo Amaro da Purificação-BA, que há mais de um século narra a saga dos negros escravizados que, em batalha, subjugam o rei de Portugal e exigem do monarca a carta de alforria. Uma encenação de reparação história que coloca os negros como protagonistas da conquista da abolição da escravatura.
4º DIA – SÁBADO, 10 DE AGOSTO
Sessão das 16:30 – SESSÃO INFANTIL
Nota da curadoria: Nesta sessão, reunimos filmes que compartilham saberes da tradição quilombola e que dão aulas que não são ensinados nas escolas. No primeiro horário, ensinamentos sobre o preparo do Pão na Pedra. Em seguida, é hora de conhecer o Pequeno Dicionário de Erê com o pequeno Luan Manzo. Para encerrar, viajamos até a Paraíba para descobrir o Tesouro Quilombola e mergulhar no Rio de Memórias com as crianças do Quilombo Gurugi-Ipiranga.
Pão na Pedra / Carmen Janaina Machado e Patrícia Pinheiro / Documentário / 17’43” / Comunidade Quilombola da Picada – São Lourenço do Sul – RS / 2016 / Livre
Parte da agenda de pesquisas Saberes e Sabores da Colônia, o vídeo descreve a elaboração do Pão na pedra na Comunidade Quilombola da Picada, em São Lourenço do Sul, RS.
Pequeno Dicionário de Erê – Reflexões de Luan Manzo / Anderson Lima / Documentário / 10’ / Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango – Belo Horizonte – MG / 2023 / Livre
Pequeno dicionário de Erê é um documentário dirigido por Anderson Lima e estrelado por Luan Manzo, menino de 9 anos, que é bisneto da matriarca Mametu Muiande do Kilombu Manzo N’gunzo Kaiango, um dos mais reconhecidos pela cidade de Belo Horizonte (MG). Fundado em 1970 por um preto velho, pai Benedito, Manzo é palácio de rei, governado por uma rainha. Ali germinam sementes e crianças, em um processo educativo – a afrobetização – que afirma a organização, o coletivo, a ancestralidade e a circularidade do povo negro. As crianças crescem sabendo-se respeitadas e, por isso, Luan percorre ali o espaço sagrado, descrevendo-o com segurança, conhecimento, rigor e frescor infantil. No curta, Luan faz uma análise semântica de palavras que rondam o mundo externo e o terreiro de Candomblé que frequenta.
Tesouro Quilombola – Semente Escola de Educação Audiovisual / Estudantes da EMEIF José Albino Pimentel com mediação dos professores Ana Bárbara Ramos, Felipe Leal Barquete e Valdenise Pimentel e da Semente Escola de Educação Audiovisual / Documentário / 23’ / Quilombo Gurugi-Ipiranga – Conde – PB / 2021 / Livre
O documentário Tesouro Quilombola foi produzido no contexto do projeto “O cinema e as palavras”, que desenvolvemos em 2019, na EMEIF José Albino Pimentel, no quilombo Gurugi-Ipiranga – Conde / PB, com o objetivo de contribuir com os processos de alfabetização e letramento nas séries iniciais do ensino fundamental.
Rio de Memórias – Semente Cinematográfica / Estudantes da EMEIF Lina Rodrigues do Nascimento com mediação dos professores Ana Bárbara Ramos, Felipe Leal Barquete e Isa Paula Morais e da Semente Escola de Educação Audiovisual / Documentário / 14’10” / Quilombo Gurugi-Ipiranga – Conde – PB / 2019 / Livre
As crianças do quilombo Gurugi-Ipiranga (Conde/PB) te convidam para uma imersão audiovisual nos rios e nas memórias da comunidade sobre um modo de vida integrado com a natureza. Esse curta foi realizado pela Semente em parceria com a EMEF Lina Rodrigues do Nascimento, localizada no quilombo Gurugi-Ipiranga (Conde/PB), em um projeto interdisciplinar de educação ambiental, e foi apoiado pelo Programa Mais Cultura nas Escolas e pela Secretaria de Educação, Esportes e Cultura da Prefeitura Municipal de Conde/PB.
Sessão das 19:00
Estreia do filme e roda de conversa com os moradores do Manzo: Mam’etu Muiandê Makota Kidoiale Joana Darc, Antônio Renato, Cássio Emerson, Mauro Ênio e Efigênia Maria (neta).
As Cantigas Que Nos Guia / Kilombu Manzo / CAMPO / Documentário / 62’ / Quilombo Manzo – Belo Horizonte – MG / 2023 / Livre
Álbum visual e documentário produzido pelo Ponto de Cultura do Kilombu Manzo Ngunzo Kaiango. Apoiado pelo Cultura Viva – Ministério da Cultura e do Turismo e Prefeitura de Belo Horizonte, 2023. As Cantigas que Nos Guia apresenta o Kilombu Manzo N’gunzo Kaiango como família descendente de Efigênia Maria da Conceição (Mãe Efigênia, Mametu Muiande), matriarca e sacerdotisa da Umbanda e do Candomblé kilombola. No Kilombu Manzo a ancestralidade é cultuada com modos e significações próprias, mantendo as tradições africanas ensinadas pelo Preto Velho Pai Benedito, que é o guia espiritual de Mametu Muiande. Cada um dos filhos e filhas, descendentes de Mãe Efigênia, recebeu ainda na infância ou na adolescência, cantigas que Pai Benedito ensinou como pontos cantados e encantados que descrevem a trajetória e missão desta família kilombola.
5º DIA – DOMINGO, 11 DE AGOSTO
Sessão das 16:30
Nota da curadoria: No domingo a tarde mergulhamos nas cartografias afetivas quilombolas. Em Era o Caminho Deles moradores do quilombo pedra branca traçam mapas do tempo/espaço, histórias de antes e de hoje. Da janela do carro, da casa e do cinema espiamos a intimidade dessa partilha, pra gente também se achar no quilombo. Camburí Resite é de água doce e salgada, comunga com o tempo da natureza e discute, a partir do cotidiano, as injustiças climáticas na regiao. Em Olhos de Anastácia o tempo da contação, traz histórias de avó na boca das netas, senhoras também no hoje dos quilombos de Anastácia e Manuel no rio Gravataí.
Era Caminho Deles / Comunidade Quilombola de Pedra Branca/ Documentário / 19’26” / Comunidade Quilombola de Pedra Branca – Vargem Alta – ES / 2023 / Livre
No ano de 2022, a equipe do Cine Quilombola convidou quatro comunidades quilombolas capixabas a realizar, a partir de oficinas ofertadas, um experimento de cinema de grupo por meio do qual poderiam observar, contar e registrar em imagens e sons cenas do cotidiano. Em cada território, moradores de diferentes idades assumiram o desafio e, ao longo de três dias, com câmeras profissionais e celular, identificaram narrativas ligadas aos saberes tradicionais, personalidades, histórias, paisagens, memórias pessoais e coletivas. Cada grupo construiu seu filme-carta para dialogar com outras comunidades por meio de correspondências audiovisuais.
Camburi Resiste / Guilherme Rezende Landim / Documentário / 17’49” / Comunidade Quilombola do Camburi Ubatuba – SP / 2024 / Livre
O documentário “Camburi Resiste” trata das memórias afetivas da Comunidade Quilombola em Ubatuba (SP). As narrativas orais e visuais dos(as) habitantes do Camburi são pensadas como o germinar das plantas, atravessadas por dinâmicas de ocupação do território, riscos e mudanças climáticas que afetam seu desenvolvimento. A vulnerabilidade e a injustiça climática, as questões ambientais, o patrimônio cultural, natural e alimentar são alguns dos principais eixos narrativos da pesquisa nesse território resistente e em conflito.
Olhos de Anastácia: Conexões Quilombolas / Jhonatan Gomes e Vanessa Rodrigues / Documentário / 24’45” / Quilombo da Anastácia – Viamão – RS e Quilombo Manoel Barbosa – Gravataí – RS / 2021 / Livre
O documentário dá voz à 4 mulheres, representantes das comunidades Quilombo da Anastácia e Quilombo Manoel Barbosa, onde falam sobre suas histórias e as histórias de suas antepassadas, ex-escravizadas que deram seu sangue para que as futuras gerações tivessem onde morar, mesmo com todas as adversidades impostas pela sociedade da época.
Sessão de Encerramento – 19:00
Nota da curadoria: Na nossa sessão de encerramento, apresentamos as pioneiras: mulheres negras quilombolas e seu protagonismo de luta. Abrimos com Dandaras, a força da mulher quilombola onde Aquantunes, Nzingas, e Sebastianas se espelham nas batalhas do campo e dos corredores da esplanada do ministério em busca de direitos. Seguidas por O destino de um povo, traçado pelos afazeres da roça de Dona Joana, e na sabedoria da avó Alvina, raiz indígena dela e de outras plantas cultivadas no seu quintal. Em Guerreiras Quilombolas do Castainho: nossa ancestralidade nos guia Marinete, Noêmia e Dite, criaram legado com o grupo mulheres que organizam a si mesmas, conectando ancestralidades dos quilombos de Garanhões. Encerrando com Quilombelas em que marias, rosas, e outras mulheres empregam suas rezas contra o males, para não queimar as panelas e adoecer entre a sobrevivência cotidiana e a luta por direitos para suas famílias no Quilombo de Tabuleiro da Vitória na Bahia.
Dandaras: A Força da Mulher Quilombola / Ana Carolina Fernandes / Documentário / 30’10” / Quilombo Carrapatos da Tabatinga – Bom Despacho-MG, Quilombo Mato do Tição – Jaboticatubas – MG, Quilombo Arturos – Contagem – MG e Quilombo Chacrinha dos Pretos – Belo Vale – MG / 2015 / Livre
‘DANDARAS – a força da mulher quilombola’ é um vídeo que tem o objetivo de apresentar as trajetórias e o engajamento de mulheres quilombolas que atuam como lideranças políticas de suas comunidades e do movimento quilombola como um todo. Quais serão os discursos destas mulheres sobre suas trajetórias? Busca-se, a partir dos pontos de vista de algumas destas lideranças, conhecer os motivos que as levaram a ocupar estas posições e aqueles que as fazem permanecer na luta.
Baixa Funda: O Destino de um Povo / Marcello Sannyos / Documentário / 15’39” / Comunidade Quilombola Baixa Funda – Urucuia – MG / 2018 / Livre
Dona Joana, descendente de negros e índios, mãe de 11 filhos, relata suas histórias, anseios, crenças e o cotidiano na lida da vida rural na Comunidade Baixa Funda, em Urucuia, Minas Gerais. A história começa a partir do relato oral que a matriarca da comunidade, Dona Joana Martiliana, com seu 1,50 metros de altura, olhar sereno, de voz rouca, de pele negra e enrugada, com dentes apenas na parte inferior da boca e de aparência forte, com mãos calejadas da roça e de traços marcados pela simplicidade. Ela é a personagem central e a figura mais emblemática da comunidade. Por ser a mais velha, esta senhora guarda a sabedoria da vida e a história de seus antecedentes. É ela que transmite oralmente, assim como aprendeu, do seu modo simples, os fatos e causos ocorridos nos tempos passados.
Guerreiras Quilombolas do Castainho: Nossa Ancestralidade nos Guia / Alda Félix, Ângela Pereira e Thaiara Lago / Documentário / 15’31” / Quilombo Castainho – Garanhuns – PE / 2022 / Livre
Ao longo da história, a memória de resistência das mulheres quilombolas foi transmitida de maneira oral, atravessando gerações. Com a bênção da ancestralidade que sempre ensinou as que vieram depois, essas mulheres foram e são até hoje como um rio que acolhe e flui, recriando pessoas e oportunidades em suas comunidades. Convivendo no e com seu território campesino no agreste setentrional Pernambucano, na cidade de Garanhuns, está o Grupo Guerreiras Quilombolas do Castainho, que desde 2015 constrói a luta das mulheres em busca de autonomia e reafirmação da identidade negra quilombola.
Quilombelas / Felipe Wenceslau / Documentário / 17’25” / Quilombo Tabuleiro da Vitória – Cachoeira – BA / 2020 / Livre
As mulheres da Comunidade Quilombola do Tabuleiro da Vitória, situado onde hoje se encontra o município de Cachoeira, na Bahia, narram um pouco das suas vivências, entremeadas pelas rezas, pelos cantos, danças, festas, pelo trabalho do cuidado com a comunidade, lutas políticas e muita resistência.